A era da informação (era digital) tomou conta da
humanidade. Ficar sem internet e sem celular, significa viver fora da realidade
e do dinamismo da atualidade, onde muitas vezes essa sincronização é obrigatória
devido à falta de tempo e ao trabalho desempenhado pelo individuo.
Utilizando-se dessa dependência tecnológica e da necessidade de boas idéias no
mercado do sucesso, em 2010 tornaram-se comuns no Brasil os sites de compras
coletivas, que surgiram como uma febre no mercado informal.
Esses sites resumem-se a um sistema no qual anunciantes
oferecem seus produtos com grandes descontos de forma a atrair os consumidores.
A oferta é publicada e divulgada por um site de compras coletivas durante um
tempo determinado e se, nesse período, o número mínimo estabelecido for
alcançado, todos os compradores recebem um cupom do site dando direito à compra
com o desconto. Assim, essa modalidade se tornou a mais nova estratégia de
promoção no e-commerce.
O e-commerce, que é o comércio eletrônico ou ainda o
comércio virtual, é um tipo de transação comercial feita por meio eletrônico
como o ato de vender, comprar ou mesmo pagar contas via internet, faz com que o
número de empresas interessadas nessa área (varejo eletrônico) cresça em mais
de 30 mil (índice apurado no país no início de 2006 / Jornal O Globo) e, com os
sites de compras coletivas, esse número não para de aumentar, pois a quantidade
de novos usuários (consumidores) na rede também é alta.
Os sites de compra coletiva buscam se diferenciar entre si,
mas de uma forma geral trazem a mesma roupagem, mesmo funcionamento e o foco
geral é: atingir o consumidor pelo preço e desconto atraentes. Utilizando-se do
marketing promocional, esses sites possibilitam trabalhar além, ou seja, agindo
diretamente no comportamento do seu público alvo de maneira abrangente: na
atitude e no comportamento do consumidor diante da marca do produto, tudo isso
através da tecnologia.
Neste cenário, a
propaganda boca a boca (marketing one to
one/ um a um) é a que mais gera
retorno: o cliente que ajudar a divulgar as ofertas, convidando conhecidos para
comprarem recebe ainda mais desconto e a promoção continua até atingir o prazo
de validade estabelecido. Esse tipo de divulgação, formada por comentários
informais e fonte não comercial de divulgação é muito forte, representa
testemunho e opinião valiosa sobre um produto ou serviço de alguém que o testou
e/ou ouviu falar sobre ele. O sistema tem sido bem recebido pelos internautas
por possibilitar a compra de inúmeros produtos a um preço muito especial e isso
traz um alto volume de compradores para os anunciantes.
A principal vantagem da negociação para o anunciante é a
possibilidade que alcançar consumidores que não atingiria em condições normais
e trazê-los para conhecer o seu produto em promoção e, eventualmente adquirir
outros produtos. A negociação é o acordo entre duas ou mais partes, com
interesses comuns. Além disso, a
exposição da marca nos anúncios é interessante uma vez que a marca tem o poder
de fazer uma empresa ser reconhecida perante seus consumidores, afinal ela é a
identidade e o diferencial que uma empresa constrói com seu publico alvo e
facilita a decisão dos mesmos. A marca relaciona o produto com elementos de
identificação física (lembrança) e conceitual (escolha).
O
sistema de compras coletivas ainda é muito recente. Uma das primeiras empresas
a utilizar o sistema foi o GroupOn, em 2008, que utilizando divulgação em mídia
de massa e de audiência da TV aberta Nacional conseguiu atingir um público
imenso e se manter no mercado. Essa empresa já atinge um valor de Mercado
superior a U$ 1,2 bilhão e já está avaliada em algo entre US$ 15 bilhões e US$
20 bilhões (O Globo) e é uma referência de sucesso desse modelo de negócio. No
Brasil, temos cerca de 40 empresas atuando nesse mercado, em Feira de Santana
já existem vários sites de compra coletiva e alguns já conhecidos como: www.acessecompre.com,
www.aproveitecompre.com, www.bananajato.com, www.clickompra.com, www.descontaolegal.com,
www.descontoaocubo.com, www.esseedafeira.com, www.nopapo.com, www.ofertaemcartaz.com,
www.ofertaunica.com, www.peixeurbano.com, www.reinourbano.com, www.vaiacabar.com,
www.vaidaronda.com,
www.puxadesconto.com,
www.tambemkero.com,
www.tubaraolegal.com e a todo momento
surge um novo site. O que deve preocupar os investidores dos sites é o fato
dessa modalidade de compra não ser mais tão atrativa, a maioria dos
comerciantes da localidade resiste a nova maneira de estreitar o relacionamento
com a população e afirmam que nem 30% das pessoas que compram nos sites se
tornam clientes do estabelecimento, na verdade só desejam a oferta.
Pode-se
compreender essa preocupação dos empresários com essa nova maneira de
investimento, mas é importante que percebam a amplitude desse passo. Todos que
firmam um contrato com um site de compras coletivas têm a possibilidade de
fazer um marketing digital através de uma ferramenta que hoje é fundamental
para a propagação de um estabelecimento: a internet. Desta forma, uma
organização pode utilizar o marketing operacional e se comunicar com seus
clientes de forma mais econômica, sem desembolsar o montante que direcionaria a
outro tipo de comunicação, agregando ainda, uma inteligência de mercado. Esse
mercado digital possibilita também a utilização de algumas ferramentas da
comunicação, como: a promoção de vendas (o preço baixo e a demanda alta, o que atrai
mais consumidores); as relações públicas (possibilidade de construir e
evidenciar a imagem); a venda pessoal (leva o consumidor ao estabelecimento,
possibilitando o contato direto) e o marketing direto (a empresa tem acesso ao
telefone e ao e-mail pessoal dos clientes, iniciando assim um relacionamento).
Os
investidores precisam compreender que em todo passo existem riscos, se a oferta
atrativa tem a intenção de divulgar a empresa de forma menos onerosa, o
diferencial será o atendimento e assim conseguirão fidelizar os clientes e usufruírem
dos benefícios de se lançar em uma nova oferta.
Visão Administrativa - Conforme
o Prof.
Rodrigo Ayres (que é Técnico e Bacharel em Administração de Empresas
/ Coordenador Pedagógico, Professor e Consultor), não há muita vantagem na
relação. No texto “Compras coletivas: bom para quem?” o Professor expõe sua
opinião e ao dizer que “Ao diminuir em mais da metade o preço de seus
serviços, as empresas que anunciam nos sites de compra coletiva transformam
completamente o grau de atratividade e do perfil de seu consumidor. A fórmula de vender serviços com descontos
de no mínimo 50% deu certo na internet, O "Peixe Urbano" começou e em
seguida outros sites com o mesmo perfil surgiram sem parar, todos oferecendo
ofertas irrecusáveis para os internautas. Não restam dúvidas: o "Peixe
Urbano" é um sucesso. Porém, só é sucesso para seu criador, o empreendedor
Julio Vasconcellos. Para as empresas que ofertam no site, é sinal da falta de
gestão de vendas competente.”
De
acordo com a afirmação acima, os comerciantes passam a ter mais uma situação
para se preocupar, se ofertar em um site de compra coletiva pode também
significar sinal de falta de gestão de vendas pode-se pensar que o gestor
precisará ter cuidado com o ciclo de vida do produto e poderá passar a imagem
que sua empresa ou produto poderá está em fase de declínio, e assim precisou
recorrer a essa alternativa para sair do vermelho.
Essa
avalanche de sites assemelha-se com a febre das lan houses (1994), onde muitos investidores acreditaram ter
encontrado a grande revolução no que se refere a entretenimento e em poucos
meses se viram em uma decadência financeira. A facilidade e os programas para
que todos tivessem acesso aos computadores colaboraram para esse fracasso,
logo, só prevaleceram aqueles que encararam o negocio de forma profissional,
visualizando o mercado e suas oportunidades e ameaças.
Ao decidir publicar uma oferta em um site de
compra coletiva, está optando por um novo tipo de publicidade e não assumindo
uma incapacidade de gestão, pois a proposta dos sites de compras coletivas é a
promoção e divulgação do produto/serviço, utilizando a ferramenta internet e a
promoção de vendas com foco no diferencial: preço.
Por Camila Bispo
Stephany Campos.